O Porto de Humaitá vinha funcionando com restrições desde sua reabertura no segundo semestre de 2022, após manutenção e substituição na linha de acesso do meio, danificada por acidente. A Marinha do Brasil mediante laudo da empresa Netuno – Serviços de Consultoria e Engenharia Naval LTDA deu prazo de seis meses (180) para o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes realizar substituição das chapas do flutuante. O que não aconteceu.
O comprometimento das estruturas acontece com a ação do tempo. O IP4 de Humaitá – Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte é uma das mais antigas do Amazonas, são 10 anos de funcionamento. No primeiro Laudo de Ultrasson realizado em janeiro de 2022 e apresentado em junho os engenheiros da empresa Netuno apontavam um desgaste de 20% das chapas de fundo e costados adjacentes dos flutuantes, tanto intermediários quanto o do principal. Um novo laudo realizado esta semana apontou uma piora nas condições das chapas.
Os engenheiros da empresa Netuno, em companhia de militares da Marinha realizaram a vistoria no IP4 de Humaitá. A Focus Empreendimento líder do Consórcio Amazonports que administra 7 portos no Amazonas e outros dois em Rondônia foi informada da decisão de paralisação das atividades de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias. No ofício encaminhado à Yriane Froes Assayag, Chefe Administrativo da IP4 de Humaitá o Engenheiro Elpídio Gomes Filho, responsável pela manutenção, operação e administração do Porto transcreve parte das orientações dos técnicos da Netuno.
“Pelo anteriormente exposto, declaramos que a Instalação Portuária inspecionada DEIXOU DE POSSUIR as condições estruturais e de flutuabilidade que permitiam a segurança para operar nas condições previstas no projeto. Sendo assim, é recomendado que os dispositivos flutuantes que compõe a IP4 DE HUMAITÁ sejam retirados de tráfego IMEDIATAMENTE por oferecer iminente risco de acidentes, exigindo-se a troca das chapas onde há perda superior a 20% (regiões de fundo, costado e espelhos dos flutuantes abaixo do nível d’água), como atestam tanto o primeiro ensaio de Laudo realizado em 18/06/2022, quanto o segundo ensaio de Ultrassom agora elaborado em 18/01/2023.”
Em conversa telefônica o engenheiro Elpídio Gomes Filho falou a nossa reportagem que a Amazonports vem realizando a manutenção, porém conforme os agentes de segurança, é necessária a substituição das chapas. “Elas ficaram muito finas, estão apresentando furos, e isso compromete a segurança”, afirmou Elpídio. IP4 de Humaitá – Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte é do Governo Federal e de responsabilidade do DNIT. “Mediante o novo laudo informamos todas as autoridades sobre a paralisação nas atividades de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias”, disse Elpídio Gomes Filho.
O ofício informando a decisão da Marinha do Brasil após laudo da empresa Netuno foram encaminhados para o Engº Luciano Moreira de Sousa Filho – Superintendente Regional, Engº Evailton Arantes – Coordenador de Engenharia Aquaviária, Eng° Keytson Coutinho da Silva – Chefe do Serviço de Operações Aquaviárias, Engª Iviane Cunha e Santos – Coordenadora-Geral de Operações Aquaviárias, Engª Marjorie Barros (Fiscal do Contrato), Capitão de Fragata Marcelo de Souza Barbosa – Capitão dos Portos de Porto Velho/RO, José Cidenei Lobo do Nascimento – Prefeito Municipal de Humaitá/AM, Capitão – Tenente Antonio Francisco de Macedo – Agente Fluvial de Humaitá e R Peotta Engenharia (Supervisora).
No prazo que começou a contar em 8 de junho o DNIT abriu um processo de licitação e houve um ‘deserto de licitação’, jargão utilizado para indicar que não houve interesse de empresas e consórcios. De acordo com informações do engenheiro Elpídio Gomes Filho foram realizadas adequações no edital e novo processo está em trâmite, agora no sistema pregão eletrônico para ser mais rápido. Enquanto isso o Porto Hidroviário de Humaitá está fechado, apenas funcionários da empresa tem acesso as plataformas para continuação de manutenção.