Com pouco mais de 10 anos de atividades em Humaitá o Porto Hidroviário está fechado novamente há quase 60 dias. Um acidente em 2021 deixou o porto de embarque e desembarque de passageiros, cargas e encomendas fechado por pelo menos um ano e meio. Ativado em junho de 2022 com restrições, depois da recuperação da parte do meio, voltou a ser interditado no dia 20 de janeiro de 2023 com problemas estruturais nas chapas de fundo e costados adjacentes do flutuante.
Samuel da Colônia diz não saber o quanto o Governo Federal investe por mês neste porto, fundamental para os ribeirinhos. Diariamente chegam embarcações com pessoas, cargas e encomendas. “Não há uma estrutura que possa servir de alternativa. Nossas estruturas são frágeis, escadas de madeira e exigem do usuário muito equilíbrio”, disse Samuel. O vereador destaca ainda o valor adicional investido por comerciantes para carga e descarga. O vereador Pacheco falou em R$ 1.300, 00 (Um mil e trezentos reais) por balsa nos portos privados.
“Senhor presidente peço para que a Câmara encaminhe ofício aos deputados federais solicitando esclarecimentos sobre a situação do Porto Hidroviário de Humaitá. E que possa haver celeridade nos processos”, argumentou o parlamentar. Samuel sugeriu inclusive a possibilidade de criação de um Porto Municipal. “O Porto atual não pode ser utilizado pelos ribeirinhos e pescadores, sua estrutura não é adequada”, informou Samuel.
Em junho de 2022 a Marinha autorizou o funcionamento com restrições e deu um prazo de 180 dias para o DNIT realizar licitação para manutenção, o que não aconteceu. Em janeiro novo fechamento. O primeiro processo de licitação não despertou o interesse de nenhuma empresa. De acordo com informações do engenheiro Elpídio Gomes Filho, responsável pela Focus Empreendimento líder do Consórcio Amazonports que administra o Porto, foram realizadas adequações no edital e novo processo está em trâmite, agora no sistema pregão eletrônico para ser mais rápido.
Enquanto isso o Porto Hidroviário de Humaitá está fechado, apenas funcionários da empresa tem acesso as plataformas para continuação de manutenção. O comprometimento das estruturas acontece com a ação do tempo. O IP4 de Humaitá – Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte é uma das mais antigas do Amazonas, são 10 anos de funcionamento. No primeiro Laudo de Ultrasson realizado em janeiro de 2022 e apresentado em junho os engenheiros da empresa Netuno apontavam um desgaste de 20% das chapas de fundo e costados adjacentes dos flutuantes, tanto intermediários quanto o do principal. Um novo laudo realizado em janeiro deste ano apontou uma piora nas condições das chapas.