A Superintendência do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis marcou e cancelou uma reunião com autoridades políticas, líderes de entidade e associações para informar sobre as operações, índices de desmatamento e outras ações. O cancelamento há menos de 24 horas do encontro pegou de surpresa as autoridades que já haviam se deslocado para Humaitá, local agendado pelo IBAMA para a reunião nesta quinta-feira, 30.
O prefeito de Apuí, Marcos Antônio Lise, o prefeito de Lábrea, Gean Campos de Barros, quatro vereadores de Manicoré, o presidente da FAEA – Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas, Muni Lourenço e produtores de todo o sul do Amazonas já estavam em Humaitá. O prefeito Dedei Lobo (UB) manteve um café da manhã com todos os líderes e representantes do setor produtivo para viabilizar meios de entender as ações, e como os municípios podem participar neste momento para fortalecimento do setor primário.
“Humaitá é a logística do sul do Amazonas. Construímos uma carta que será encaminhada ao IBAMA, bancada Federal do Amazonas no Congresso, Assembleia Legislativa e todos àqueles que podem nos auxiliar neste momento”, disse Dedei Lobo. Durante o encontro, o Superintendente do IBAMA ligou ao prefeito, afirmando que o cancelamento da reunião foi solicitado por Brasília, local de onde são coordenadas as operações. Sem dar maiores detalhes.
O presidente da CDL/Humaitá, Euclides Dobri Junior afirmou que está se fazendo um laboratório, assim como aconteceu em outros estados. “Aqui não colou, houve revolta. O próprio IBAMA cancelou o encontro por observar a resistência”, disse Euclides. O presidente da CDL engrossou as fileiras ao lado dos vereadores Samuel da Colônia e Totinha que o problema, em Humaitá não passa somente pela pecuária. “Temos o agroflorestal, o setor de pesca e mineração familiar que precisam ser cuidados”, afirmou Euclides.
A carta elaborada ao fim do encontro demonstra o desapontamento dos prefeitos, vereadores e das lideranças do agronegócio com o cancelamento da reunião pelo IBAMA. Informa ainda a falta de clareza nas ações que estão acontecendo e pedem soluções para fortalecer a pecuária na região. O vereador Samuel da Colônia, havia sugerido que os outros segmentos como pesca, mineração familiar e florestas fossem elencados no mesmo documento. “Tudo está relacionado ao meio ambiente, e logo estes setores também vão sofrer. Precisamos nos antecipar”, disse Samuel.
Mais de 50 pessoas participaram do Café da Manhã e elaboração da Carta no Hotel Correia, em Humaitá. O IBAMA vem notificando nos últimos dias proprietários com gado em ‘área embargada’. As ações acontecem em virtude dos índices de desmatamento elevados na região, segundo o IBAMA, provocados pela pecuária.
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