A pesca esportiva passou a ser protegida por lei no Amazonas desde 2018. A atividade atrai mais de 20 mil turistas por temporada ao estado. O esporte se tornou uma das principais atividades geradores de emprego e renda no interior. E o tucunaré passou a ser o principal símbolo da pesca esportiva no Amazonas.
Foi pensando em proteger o tucunaré-açu, uma das principais espécies da bacia amazônica – que o deputado estadual Rozenha (PMB) elaborou o Projeto de Lei 249/2023. Na semana passada, ele explicou a importância de preservar o peixe que mais atrai turistas para a região.
A pesca do tucunaré-açu é responsável pela movimentação de mais de R$ 300 milhões semestralmente. Isso significa manter toda uma cadeia de produção ligada à pesca esportiva em pelo menos 24 municípios do Amazonas. “O que a gente quer é preservar uma espécie que gera renda nas pousadas, que gera participação efetiva nos fundos de turismo. Porque o turista que vem pescar, além de contratar o povo ribeirinho, também tem que pagar uma diária para pescar naquela área. Nós não poderemos fazer eventos para atrair pescadores para o Amazonas se não tivermos o nosso peixe símbolo preservado”, disse o deputado.
Rozenha explicou o perigo de continuar com a pesca predatória do tucunaré-açu. Sem regras, a espécie – que pode chegar a 16 quilos nos rios da Amazônia – corre o risco de ter seu tamanho reduzido. Isso poderá diminuir o interesse do turista que paga caro para pescar um tucunaré-açu no interior do Amazonas. “A maioria desse mercado de pesca esportiva é japonês ou americano. Esses turistas vão aonde quer que estejam os grandes peixes esportivos. Ano passado, havia 13 aviões de pescadores no aeroporto de Barcelos. Esses turistas vão continuar viajando para Barcelos se o tamanho dos peixes diminuir?”, questionou Rozenha.
O deputado também esclareceu que a criação de normas para a pesca do tucunaré-açu não significa acabar com esse tipo de atividade artesanal no Amazonas. O tucunaré-açu é uma das 15 espécies de tucunarés na bacia amazônica. Desse total, 13 espécies ficam totalmente livre para a pesca e comércio já que são peixes de pequeno porte, normalmente encontrados nas feiras. Além disso, o tucunaré-açu não está na lista dos mais apreciados na culinária amazonense. Segundo pesquisa apresentada no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia, a espécie fica atrás de outras como tambaqui, pirarucu, pacu, jaraqui e sardinha. “Eu não quero com esse projeto tirar a subsistência da pesca artesanal no Amazonas. Isso não vai impactar a economia do pescador artesanal porque o tucunaré-açu tem pouca representatividade de consumo.
Não é inteligente da nossa parte pescar, matar e vender os nossos tucunarés-açus. Inteligente é deixá-los vivos para serem pescados reiteradas vezes e continuarem a gerar emprego e renda para nossas populações tradicionais. O caminho é da preservação. O caminho da vida. Traz muito mais recurso para o nosso povo do interior os tucunarés-açus vivos do que mortos”, explicou o deputado.
Fonte – Assessoria