Uma operação da Polícia Federal e do Ibama nas águas do Rio Madeira vem combatendo o garimpo na região do sul do Amazonas. Segundo os garimpeiros as primeiras abordagens com destruição de embarcações aconteceram na região da Comunidade de Cachoeirinha, município de Manicoré, ainda na segunda-feira, 28. O clima tenso aumentou à medida que a operação vinha subindo o Rio Madeira. Na terça-feira, 29, num movimento de proteção os garimpeiros começaram a chegar na Orla de Humaitá.
Neste sábado, 2, o site Notícias da Amazônia percorreu aproximadamente quatro quilômetros no Rio Madeira. As balsas estão encostadas desde o Porto das Balsas até a entrada do Rio Been. As embarcações além de local de trabalho, são também casas com famílias inteiras. “Aqui estão nossos pertences, nossas famílias, nossa vida”, diz um garimpeiro.
José Pereira de Figueiredo, é de Humaitá e há 30 anos trabalha no garimpo. “Queremos negociar. Legalizar a profissão e ter uma licença ambiental para trabalhar com segurança. É daqui que tiramos o sustento, pagamos nossas contas. É uma das piores operações. Tá destruindo tudo”, afirma seu Zé.
Assustados muito preferem nem falar, mas todos querem algo em comum, o fim da operação e uma mesa de negociação. Após o pronunciamento do vereador Dr. Valdeir Malta na terça-feira, 29, na Câmara de Vereadores, o presidente do parlamento sugeriu uma audiência pública para discutir o assunto. “Precisamos envolver todos os agentes políticos nesta conversa. O diálogo é a melhor saída, ouvir todos os lados e chegar a um consenso”, afirmou Manuel Domingos.
O prefeito Dedei Lobo está acionando nos bastidores os aliados na Câmara Federal e no senado. O que surtiu efeito com discursos no parlamento nacional em defesa do diálogo, e pelo fim imediato da operação. A prefeitura de Humaitá encaminhou uma série de ofícios aos órgãos federais e do estado para o fim da operação, e o inicio de uma negociação. “Queremos acreditar que até segunda-feira, 4, tenhamos respostas. Precisamos esgotar todos os meios legais para promover o bom senso”, disse o prefeito.
Na sexta-feira, 1, pela manhã Dedei Lobo autorizou as secretarias municipais de Assistência Social e Saúde a organizarem equipes. Estas equipes vão realizar um levantamento e um atendimento as famílias impactadas pelas ações. “Tem crianças, mães, todos cidadãos que merecem nossa atenção”, frisou o prefeito. Neste sábado foram realizadas as primeiras ações neste sentido.
O educador e servidor público Marley Machado Martins ‘Pelé’ acompanhou nossa reportagem neste sábado. Pelé está preocupado com a destruição de equipamentos, e viu de perto um pouco da rotina de famílias estão nas embarcações na Orla de Humaitá. O movimento de trazer para a cidade as embarcações não é só de defesa dos garimpeiros, mais também de pedido de ajuda. “Eles querem uma solução”, afirmou Pelé.
Agradecimentos na reportagem ao senhor Gefison Nascimento de Oliveira, garimpeiro há 25 anos. Foi através da sua embarcação que registramos a dimensão de balsas e dragas na Orla de Humaitá. Veja a reportagem.
Tem que continuar até não sobrar nenhum canalha explorando em terras dos parentes.
Perfeito! Que negóciação pode haver com quem está invadindo terras indígenas? Tem que dar outra opção de renda, usar o poder que a floresta tem perante o mundo e exigir pagamentos por serviços ambientais por ela prestados. Mas aí os verdadeiros donos dos garimpos não ganham, né?
Parar a operação só quando não existir nenhum arimpeirodestruindo o Rio ou terras indígenas…parabéns Governo Lula