Os pesquisadores da USP – Universidade de São Paulo, através do Núcleo de Pesquisa para a Pequena Mineração responsável percorreu na semana passada o médio Madeira para conhecer a realidade dos garimpeiros. Foram realizadas visitas aos flutuantes ou balsas, e realizadas entrevistas. Em Manicoré o grupo de pesquisadores, sob a coordenação do Doutor em Ciências, Carlos Henrique Xavier Araújo realizaram oficinas e audiência pública.
“O futuro do garimpo e as possibilidades de exercer a atividade sem o uso de mercúrio” deste conceito foram formuladas perguntas que nortearam a conversa com garimpeiros e autoridades no encontro de Manicoré. Além de garimpeiros de pelo menos cinco cidades do sul do Amazonas, participaram do encontro os prefeitos de Manicoré, Lúcio Flávio, de Novo Aripuanã, Jocione dos Santos e o prefeito de Humaitá, Dedei Lobo. Marcaram presença cinco vereadores de Humaitá, edis de Manicoré, Borba e Novo Aripuanã, além de secretários municipais.
Além do desafio de produzir o ouro sem o uso do mercúrio estava em discussão a ação da Polícia Federal e Ibama, nas águas do Rio Madeira, as consequências e como regularizar a situação do garimpo na região. O prefeito de Humaitá informou que as negociações políticas continuam, e uma audiência pública vai acontecer no município dia 27 de outubro. “Vamos tratar do assunto diretamente com os órgãos envolvidos, os garimpeiros e a bancada federal do Amazonas”, falou Dedei Lobo.
Há unanimidade entre os políticos quando destacam a importância do extrativismo para a economia local. Unanimidade que continua entre os garimpeiros que destacam a importância da atividade para a subsistência. “Somos taxados como bandidos, mas tudo o que queremos é trabalhar e sustentar nossas famílias”, destaca Joelma França da Silva, que trabalha no garimpo há 10 anos na região de Manicoré.
O projeto da USP continua a sua fase de coleta de dados, e deve ser divulgado um resultado final em 2025. “Até lá precisamos discutir a legalidade, áreas de lavras, licenciamento e cooperativas responsáveis”, destacou dedei Lobo.
O doutor Carlos Henrique, filho de garimpeiro e Joelma França conversaram com a reportagem do site Notícias da Amazônia. Assista.