Como parte das medidas de enfrentamento à estiagem, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, iniciou, nesta terça-feira, 17, às entregas do material pedagógico do “Aula em Casa” e dos kits do “Merenda em Casa”, para estudantes da rede estadual de ensino que não estão mais conseguindo ir às escolas, devido à seca. No total, são 14 itens alimentares, que normalmente são consumidos nas unidades de ensino, entregues às famílias dos alunos.
Até esta quarta-feira, 18, 1.940 alunos da rede estadual de ensino, de comunidades rurais dos municípios Alvarães, Anori, Benjamin Constant, Caapiranga, Careiro, Coari, Codajás, Humaitá, Japurá, Manacapuru, Manaquiri, Tefé e Uarini já estavam impactados pela estiagem, ou seja, não conseguiam chegar às unidades de ensino devido à seca.
Segundo a secretária de Educação e Desporto Escolar, Arlete Mendonça, não serão medidos esforços para que os kits do “Merenda em casa” e as apostilas do “Aula em casa” cheguem a todos os alunos impactados.
“As entregas dos kits e apostilas já estão ocorrendo aos alunos que, hoje, já estão impactados pela seca dos rios. Seguiremos uma logística, simultaneamente, para que possamos chegar em todas as comunidades. Onde estiver um aluno, não mediremos esforços para chegar até ele. É um compromisso do governador Wilson Lima e estamos nessa linha de frente de enfrentamento, monitorando diariamente toda essa situação que está posta no nosso estado”, afirmou a secretária.
A entrega dos kits do Merenda em Casa contemplará todos os estudantes impactados e está sendo realizada de forma simultânea no estado. De acordo com o coordenador da Coordenadoria Regional de Educação, do município de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), professor Messias Furtado, uma força-tarefa foi montada pelo Governo do Amazonas, para que esses alimentos, que seriam utilizados na merenda escolar, cheguem às moradias dos alunos.
“Nós estamos a uma distância de mais de 3 quilômetros da escola, ou seja, nem a lancha pequena consegue chegar no porto da escola. Dessa escola, são 165 kits, que é a totalidade de alunos que tem a escola Nossa Senhora do Rosário, das modalidades de tecnológico, sendo o ensino mediado por tecnologia e do ensino da escola de tempo integral, que funciona no turno matutino e vespertino”, ressaltou o coordenador.
A Escola de Tempo Integral Nossa Senhora do Rosário, na comunidade Rosarinho, em Manacapuru, foi a primeira a receber o projeto. O diretor da escola, Leôndas de Matos, explicou que os kits vão beneficiar dez comunidades.
“Fizemos uma força-tarefa com as equipes da Seduc e entregamos dentro de um barco que é o nosso meio de transporte para os nossos alunos. Nós estamos atendendo dez comunidades e esses kits são com os itens básicos que eles costumam comer no dia a dia, na merenda escolar. Este ano tivemos uma grande conquista que foi transformar a escola em tempo integral. Hoje, garantimos todas as refeições do dia para esses alunos”, explicou o gestor.
Pai de dois alunos, Ilciomar Lemes, de 52 anos, explicou que o projeto é uma forma de incentivar os estudantes a não desistirem dos estudos, além de garantir a alimentação durante o isolamento causado pela vazante dos rios.
“Já é o segundo ano consecutivo que estamos passando por essa situação e os alunos acabam passando por essa dificuldade de aprender. Mas, eu acredito que esse projeto é uma forma de ajudar e incentivar para que esses alunos não larguem os estudos. É importante esse olhar do Governo para as nossas comunidades”, disse Ilciomar.
Os kits são compostos por: arroz, feijão, sardinha, macarrão, leite integral, farinha de tapioca, farinha de mandioca, açúcar, aveia, óleo, biscoito salgado, café e biscoito maisena.
Aula em Casa
As apostilas de estudo do Aula em Casa têm sido entregues junto com os kits de alimentos. Os estudantes também têm acesso aos materiais disponibilizados, no site do próprio projeto, por meio do link http://aulaemcasa.am.gov.br/, e pela plataforma Saber Mais (https://www.sabermais.am.gov.br/). A distribuição ocorre por meio das escolas, orientadas pelas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) de cada município.
“Como já tivemos uma experiência ano passado, já trabalhamos em cima de um planejamento, já construímos o plano de estudo e quando tivemos o alerta do primeiro aluno que não conseguiu chegar à escola, conseguimos entregar o plano de estudo”, enfatizou o gestor da escola.
Além das apostilas, os alunos que ficarem impossibilitados de se deslocar até a escola têm acesso à vídeoaulas, listas de exercícios e outros materiais didáticos.
Os materiais têm como foco os docentes e discentes dos Anos Iniciais (1º ao 5º ano), Anos Finais (6º ao 9º ano), Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Mediado.
A resolução N.º 121, aprovada em agosto de 2024, pelo Conselho Estadual de Educação do Amazonas (CEE-AM), foi o documento que autorizou a operacionalização do regime especial de aulas não presenciais a ser ofertado, em caráter excepcional, nas escolas da rede estadual de ensino durante a estiagem.
Fonte – Secom/AM