O casal, Janderson Nogueira Pontes, 34 anos, e Jessica Queiroz Conceição, 24, foi preso na sexta-feira, 23, no bairro Compensa, zona oeste de Manaus, pela prática de tráfico de pessoas com a finalidade de adoção ilegal, que resultou na venda de uma criança por R$ 1500 mil.
De acordo com a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), a mãe da vítima é imigrante, vivia em vulnerabilidade social e os autores se aproveitaram da situação para cometer a prática criminosa.
A mulher, que não fala e não entende o português muito bem, estava dormindo na rua com três crianças, uma delas muito doente, e pedia esmolas. Segundo a delegada foi assim que ela conheceu o casal, o homem e a mulher teriam se oferecido para cuidar da bebê enferma.
“Ela chegou com três filhos pequenos, é uma bebê de 11 meses de vida (…) Ela estava há um mês dormindo nas ruas do Centro de Manaus e como a criança estava muito doente, com pneumonia ela estava em uma situação de desespero e relata que começou a chorar no meio da rua e esse casal veio e prometeu ajuda”, enfatiza.
No desespero para salvar a vida da filha, a mulher acreditou e entregou a vítima, mas passados alguns dias ela começou a estranhar a falta de notícias e o fato de nunca poder visitar a criança. Desconfiada, a mulher tentou pedir ajuda para uma moradora da rua e conseguiu contar tudo o que estava acontecendo.
Os vizinhos a levaram para a delegacia e o caso foi registrado. A partir daí, a polícia começou a descobrir que os acusados eram na verdade traficantes de pessoas.
“Nós passamos a notificar as pessoas envolvidas e foi citada uma mulher que teria intermediado a venda dessa criança e ora ela dizia que a criança estava na Compensa, ora no Lírio do Vale, até que nós localizamos a pessoa que tinha feito uma transferência de R$ 1,5 mil para esse homem e a bebê tinha sido levada para o município de Manacapuru”, diz Joyce.
Na última terça-feira, 20, a criança foi devolvida. A delegada conta que em depoimento, a pessoa que pagou por ela, relatou que também tinha sido vítima dos acusados porque os mesmos teriam afirmado que a mãe da bebê estava doando a mesma. Conforme a polícia, o casal e uma terceira pessoa responsável por entregar toda a documentação da bebê vão responder por tráfico de pessoas, e a mulher que pagou pela criança também responderá por adoção ilegal.
Fonte: Diário da Amazônia